
Somos apresentados à
Academia Militar, instituição responsável pela formação de militares "especiais" do reino de Basburg. Lá, nos deparamos com o jovem
Calvin Teito Klein, um ex-escravo e prisioneiro de guerra que sofre
bullying discriminação dos companheiros por não pertencer a uma família nobre, ao mesmo tempo que, devido a sua
extraordinária habilidade de combate, se tornou o aluno preferido do comandante da Academia. Em meio a toda essa pressão, Teito consegue encontrar um pouco de paz nos momentos que passa com seu
único amigo, Mikagi.
A estória começa na etapa final do treinamento para
se tornar um Begleiter - "assistentes de oficiais superiores do exército imperial" de Basburg. Mostrando todo o potencial que possuem, os amigos são aprovados no exame. Entretanto, logo após conseguir o título, Teito
escuta uma conversa entre o General Ayanami e o Comandante Mirok
a seu respeito e sobre o Olho de Mikhael. Neste momento, nosso protagonista tem um breve
flashback e descobre que o tal General foi responsável pela
morte de seu "pai". Embebido em raiva, Teito tenta atacar Ayanami, mas é neutralizado antes de obter êxito, sendo
aprisionado e posto sobre custódia.

Mesmo sob o risco de pena de morte,
Mikagi parte em resgate de Teito, mas, chegando lá, o rapaz já se encontrava em rebelião. Juntando o útil ao agradável, ambos partem em fuga da Academia. Na hora H, entretanto, Teito não aceita envolver ainda mais o amigo nessa confusão - que será o pano pra manga da história - e,
numa breve e discreta despedida, os amigos se separam.
Como não poderia deixar de ser,
Teito é atacado durante a fuga e sofre ferimentos consideráveis, assim como o veículo utilizado por ele. Apesar disso, ele consegue fugir da Academia Militar, mas não para tão longe, o que daria espaço para uma fácil recaptura...
se não fosse seu "encontro" com alguns bispos
(que se mostrarão importantes no decorrer da trama)
do Mosteiro Basburg -
uma região controlada pela igreja e, por isso, fora dos limites do governo imperial.

E fim... pelo menos do
primeiro capítulo desse volume! Diferente da maioria dos mangás,
07-Ghost nos mostra as evidências de (quase) tudo que servirá para o
desenvolvimento básico da história em apenas um tankohon, o que é muito útil para aqueles que terão o
primeiro contato com a obra.
A cada novo volume a história vai se condensando e a cada nova resposta, uma (ou mais) novas perguntas são postas em jogo, tática que serve para prender o leitor sem tornar a leitura tão desgastante.
Política, guerra, religião e, sobretudo, amizade são misturados à trama e dão um tempero especial ao desenrolar da estória de Teito Klein!
A VERSÃO BRASILEIRA
Constando no
checklist de maio da editora Panini Comics, 07-Ghost (lê-se
Seven Ghost) foi lançado: no padrão
pocket, com sentido de leitura original, sem as páginas coloridas
*, em
tankobon (200+ páginas), com glossário e periodicidade bimestral.
A
tradadução e adaptação ficaram nas mãos da
Karen Hayashida e Beatriz Berto, respectivamente.
O resultado final, como é de se esperar do trabalho dessa dupla,
foi excelente. Como subtítulo, por exemplo, foi adotado "
Sete Espectros", evitando uma simples repetição do título.
Só pra não poder dizer que está perfeito...
Encontrei um errinho logo no começo do mangá (uma vírgula a mais na contra-capa) e um
possível equívoco na página 99 (o verbo "comer" está no plural, mas, provavelmente, deveria estar no singular). Como entendo nada de edição, só posso comentar que
achei estranha a "borda branca" do texto na página 130, mas como é uma página de fundo preto com algum texto, torna-se apenas uma mera questão visual mesmo.
A única coisa que
me incomodou um pouco mais foi a sinopse que escolheram colocar na capa de trás do mangá... acho que poderia ser um texto melhorzinho, ou nem ter (na imagem anterior, a Panini substituiu os códigos de barra pela pequena sinopse). Como ponto positivo, a Panini
manteve as imagens diferentes para as capas da frente e do verso.
* Em conversa com Karen Hayashida, tradutora do mangá, fui informado que
no tankobon japonês todas as páginas do mangá estão em P&B (preto e branco), inclusive aquelas que haviam sido publicadas em cores na revista
Monthly Comic Zero Sum, da editora japonesa
Ichijincha.
Estas ilustrações coloridas foram deixadas apenas como extras, não fazendo parte da história em si. Logo, temos uma fidelização da Panini à publicação original.
MANGÁ vs. ANIME

Particularmente, conheci a série 07-Ghost através do anime exibido na temporada de abril de 2009. Apesar de ter achado o anime morno,
o plot me chamou bastante atenção e, desde o fim da série televisiva, passei acompanhar o mangá
via scans. E foi uma das melhores coisas que já fiz, hehe.
Pelo que pude ver internet a fora, o anime causou diversas impressões. Como no meu caso, algumas pessoas gostaram da idéia do anime e buscaram conhecer a série mais a fundo. Outras, geralmente o público feminino, passou a ver possibilidades de insinuações shounen-ai (principalmente devido a série
ser um josei com traço bi-shounen) e, devido a esse rumor, outra parte do público passou a olhar a série com olhos preconceituosos, mesmo gostando do que tinha assistido. E, claro, teve aqueles que simplismente não criaram afinidade com o anime.

Mas, como falei logo no início dessa postagem,
07-Ghost é um título que teve uma adaptação deficiente para a versão anime. Para se ter uma idéia, cada capítulo do mangá foi transformado, em média, em dois episódios do anime, quando geralmente a adaptação é feita "um a um". Apesar da
história do anime ter avançado até parte do volume 5, alguns capítulos foram deixados de lado e/ou "mutilados".
Por exemplo, os cinco capítulos do volume 01 (já lançado aqui pela Panini) foram adaptados em oito episódios, o que dá aquela sensação de enrolação... rs
Dentre a enxurrada de títulos que estão sendo lançados e prometidos para esse ano, recomendo deixarem um espacinho reservado para 07-Ghost.