Quebrando mais um longo período sem postagens (e mais longo ainda se formos contar a quantidade de posts "na geladeira" e que precisam ser requentados...) aqui no blog, trago hoje uma espécie de retratação.
Muitos de vocês devem ter lido (ou não, né, vai saber...) o post-crítica sobre o aumento de preços da linha de mangás da Editora JBC que fiz aqui no YK. Foi uma postagem que trouxe à tona não só minha opinião sobre os preços em si, mas que mostrou toda minha decepção com o trabalho que a editora vinha realizando desde alguns anos atrás.
Apesar de, mais uma vez, não ter conseguido conciliar minhas rotinas ON~OFFline, tive que abrir mão de algum tempo para fazer justiça. Então, chega de enrolação e vamos ao que interessa!
No último post sobre o assunto (AQUI), fiz dois comentários fortes e que, na época, geraram certa insatisfação em alguns leitores, blogs parceiros e seguidores no twitter. Cito-os novamente abaixo:
Entretanto, diferentemente da "contrapartida" dada pela Panini (manutenção de páginas coloridas, quando existir no original; abertura do diálogo entre a editora e os consumidores; variedade de publicações; entre outros), a JBC anuncia seu reajuste sem qualquer perspectiva de melhoria, seja da qualidade física ou da tradução/adaptação.
e
Levando isso em conta, volto a repetir: será que este aumento é mesmo necessário? Ou, por outro ângulo, podemos considerar um reajuste "justo"?Particularmente, julgo que "não!" é a resposta mais apropriada para ambas as perguntas [...].
Naquele momento, há cerca de 45 dias, estava ciente e firme do que afirmava. Não havia sinais que alguma melhoria seria implantada a curto, médio e/ou longo prazos. Muito pelo contrário. Estávamos acostumados - considerando os dois últimos casos de reaju$te nos meio-tankos, quando antes era R$ 5,90 e passou para R$ 6,90 e, neste ano, quando atingiu o valor absurdo de R$ 7,90 - a ver o preço de capa subir, à qualidade física e até de adaptação cair, às declarações conformistas quanto a atual situação do nosso mercado de mangás e aos meios de comunicação existentes apenas virtualmente (i.e. eles existiam, mas não tinham eficácia alguma).
Entretanto, há algumas semanas, a Editora JBC divulgou nota intitulada Transição da gerência de conteúdo marca nova fase da Editora JBC, informando que
Agora, após uma década de parceria, Marcelo deixa o posto de gerente de conteúdo [...] Assim, ao mesmo tempo que nos despedimos com muita gratidão de um grande amigo, abrimos os braços para receber um novo parceiro: o jornalista, tradutor e redator Cassius Medauar, que assume a partir de agora a função de gerente de conteúdo da JBC.
Quando da divulgação da nota, a blogsphera (e os consumidores de mangás em geral) se dividiu. Alguns acreditavam que, a médio prazo, a JBC caminharia para um patamar mais elevado. Outros duvidavam que houvesse alguma mudança, sendo esta nota apenas para arrefecer as críticas à empresa. Entre tantas opiniões possíveis quanto ao futuro da editora - e aqui eu sugiro a leitura do excelente post do Gyabbo! -, a própria resolveu essa questão da maneira menos imaginável possível (para o que estamos acostumados nesse mercado, claro).
No último dia 12, a Editora JBC realizou uma coletiva de imprensa para firmar a presença de seu novo gerente de conteúdo, Cassius Medauar, e explicitar a nova política que norteará seu trabalho com mangás. Deixo aqui os links dos textos do Animenkai e do Chuva de Nanquim sobre o evento.
Não vou entrar no mérito dos novos títulos. O mais importante de todo este evento, no meu ponto de vista, foi o avanço do mercado com um todo. Anteriormente, a Panini deu início ao seu upgrade na comunicação com os leitores, embora ainda haja grande lacuna a ser preenchida. Agora chegou a vez da JBC. Como pode ser visto nos posts supracitados, a editora nipo-brasileira veio surpreender a todos que esperam o "de menos" dela, eu incluso neste grupo, destacando que:
- A gramatura (o quão fina é a folha) dos mangás passarão de 49g para 52g;
- Os mangás que possuirem páginas coloridas na versão japonesa terão estas inclusas na versão brasileira;
- Haverá um "novo formato" de publicação dos mangás (e mais barato, pelo visto R$ 10,90), cuja apresentação será realizada com o lançamento de Soul Eater, em julho;
- Sakura terá folhas offset (aquelas branquinhas);
- O site da Henshin e os perfis oficiais da editora no Facebook e no twitter da serão utilizados de forma mais apropriada e eficiente, como destacado pelo próprio site da Henshin.
Isso, caros leitores, é um avanço e tanto! Fiz questão de parabenizar a JBC no Twitter, inclusive. E, como disse no início deste post, vim aqui escrever sobre, a fim de mostrar que a editora superou minhas expectativas e fez por merecer essa "retratação" quanto ao que antes escrevi (AQUI). Conforme aquele outro post,
Se não é possível evitar tal aumento, então, pelo menos, ajamos pela melhoria de nossas publicações: nada mais de (1) folhas transparentes, (2) gírias e adaptações incompreensíveis, (3) descaso com os consumidores, (4) atrasos constantes e injustificados, e muitas outras atrocidades que as editoras nacionais fazem a seu público-alvo.
Tudo indica que, nós consumidores, estamos mais perto do que desejamos/merecemos. As melhorias a curto prazo estão aí sendo feitas, resta-nos dar tempo ao tempo para ver se novas boas surpresas nos aguardam.